terça-feira, setembro 04, 2012

Vale apena a reflexão...‏

"Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não." "Só uma grande intuição pode ser bússola nos descampados da alma; só com um sentido que usa da inteligência, mas se não assemelha a ela, embora nisto com ela se funda, se pode distinguir estas figuras de sonho na sua realidade de uma a outra. Alberto Caeiro (1889 - 1915):Alberto Caeiro é considerado o mestre de todos os heterônimos de Fernando Pessoa. Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. Morreu tuberculoso.

Pensamentos

Os homens caminham sobre a Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente nós colocamos as nossas qualidades. Na sacola de trás guardamos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito. Ao mesmo tempo, reparamos, impiedosamente, nas costas do companheiro que está adiante, em todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele, sem perceber que a pessoa andando atrás de nós está pensando a mesma coisa a nosso respeito. Autor desconhecido

E no meio do amor, tinha uma pedra. E essa pedra era a neurose.

Freud disse que amamos para não adoecer. E sim, ao que tudo indica isso é verdadeiro. Imagino que se você ainda não passou por isso, conheça alguém que já se curou das suas doenças ao se encantarem por um outro, nem que temporariamente. As dores das fibromialgias frequentemente diminuem ou deixam de existir quando se ama. As enxaquecas tornam-se muito mais raras. O sono é mais tranqüilo. A gastrite é mais generosa. Os cabelos mais brilhosos. A pele mais cheia de vida. E a vida é mais leve. Mas aí o ser humano, que não consegue se livrar da sua tendência de complicar as coisas, também conhecida em psicanálise como pulsão de morte, põe uma pedra no meio do caminho. Então o ciúme aparece, as desconfianças invadem, as demandas de amor são demasiadamente exigentes, as insatisfações voltam a dominar e as coisas tornam a desandar. É assim na maior parte dos relacionamentos, que nesse ponto, muitas vezes terminam, ainda que não acabem. (Pois, sim, há quem saiba que perdeu o amor, mas relute em terminar o relacionamento) As pessoas tendem a culpabilizar a falta de amor do outro por suas infelicidades. Mas ao que me parece o entendimento de o que é o amor, da forma como ele é sentido é muito mais decisivo para a felicidade do que efetivamente pela correspondência do amor. Ninguém acha que é amado tanto quanto ama. O ser humano está quase sempre clamando por mais amor. E se há um momento em que a pessoa sente-se amada tanto quanto queria, é o instante em que ela se sente sufocada. Porque o desejo está sempre a deslocar. Quando se consegue aquilo que se queria, o desejo já escapuliu, já está querendo outra coisa. E o amor é aquilo que nos dá acesso ao desejo. Mas é imprescindível mantê-lo aceso. Pois a realização de um desejo é a morte dele. Há sempre que se parir um novo. Ainda que tudo o que nasça esteja condenado à morte. Uma pequena minoria de pessoas acha-se capacitada, por sua constituição, a encontrar felicidade no caminho do amor. Freud